Revisão de cenário: PIB mais forte nos EUA e inflação menor no Brasil

No Radar do Mercado: equipe de macroeconomia do Itaú BBA divulgou revisões de cenário econômico em âmbito local e global após corte de juros nos EUA e divulgação de novos indicadores econômicos

Por Itaú Private Bank

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Revisão de Cenário – Brasil

A equipe de macroeconomia do Itaú BBA divulgou nesta sexta-feira, 10, uma revisão de suas projeções para o cenário econômico no Brasil e no mundo. Entre os destaques, a equipe entende que o enfraquecimento global do dólar segue beneficiando o real, mas fatores domésticos tendem a limitar avanços adicionais da moeda. Com isso, as projeções para as taxas de câmbio foram mantidas em R$ 5,35 para 2025 e R$ 5,50 para 2026.

O Itaú BBA também segue projetando Selic em 15,00% ao final deste ano e de 12,75% ao final do ano que vem, diante da reafirmação do compromisso do Copom de manter juros altos por bastante tempo a fim de garantir a convergência da inflação à meta. Em relação à atividade, os dados mais recentes indicam continuidade da desaceleração no terceiro trimestre, dessa forma, o BBA continuou projetando crescimento de 2,2% em 2025, com ligeiro viés baixista, e 1,5% em 2026, com viés de alta.

Já sobre a taxa de desemprego, a resiliência do mercado de trabalho segue no horizonte, mas surgem sinais incipientes de arrefecimento, em linha com as expectativas. Assim, as estimativas foram mantidas em 6,2% em 2025 e 6,5% em 2026. Por fim, sobre a inflação, incorporando as surpresas baixistas nas últimas divulgações, a equipe macroeconômica do BBA revisou sua projeção para 2025 de 5,0% para 4,7% e atualizou a estimativa para 2026 de 4,4% para 4,3%, levando em consideração uma menor inércia inflacionária.

Confira o relatório na íntegra.

Revisão de Cenário – Global

Na revisão de cenário global, a equipe de macroeconomia do Itaú BBA revisou suas projeções quanto ao PIB americano, saindo de 1,7% para 2,0% em 2025 e de 1,5% para 2,0% em 2026. A mudança se deve às surpresas na revisão do PIB do segundo trimestre e dos últimos dados, que vieram fortes na margem. Além disso, foram mantidas as previsões de três cortes consecutivos de juros até a reunião de janeiro de 2026, visando deter o enfraquecimento do mercado de trabalho.

Na Europa, a leitura é de que a atividade econômica segue surpreendendo positivamente, sendo o principal parâmetro a ser acompanhado para as decisões futuras do Banco Central Europeu (BCE), já que a inflação segue sinalizando uma convergência para a meta de 2%. Diante disso, o BBA mantém a projeção de crescimento do PIB de 1,1% em 2025 e 1,2% em 2026.

Na China, as projeções de crescimento também foram mantidas: 4,7% para 2025 e 4,0% para 2026. Contudo, o resultado deste ano está condicionado a implementação de estímulos fiscais direcionados. A expectativa é que seja anunciado ainda em outubro um pacote de estímulos voltados para serviços e infraestrutura representando cerca de 0,5% do PIB chinês.

Por fim, na América Latina, a equipe macroeconômica do Itaú BBA revisou para cima o crescimento do México em 2026 (de 1,2% para 1,5%) e do Peru em 2025 (de 2,9% para 3,0%), mas manteve as projeções para 2025 de Chile (2,5%) e Colômbia (2,7%). A preocupação na maioria das economias da região segue sendo com a inflação.

Confira o relatório na íntegra.

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