Setor de serviços decepciona em dezembro, enquanto CPI dos EUA surpreende em janeiro
No Radar do Mercado: enquanto no Brasil o volume do setor de serviços de dezembro veio abaixo das expectativas do mercado, nos EUA, a inflação ao consumidor voltou a acelerar e trouxe composição ruim
Por Itaú Private Bank
Setor de serviços decepciona em dezembro
O volume de serviços do Brasil recuou 0,5% em dezembro em relação a novembro, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada nesta quarta-feira, 12, pelo IBGE. A leitura veio abaixo da nossa projeção (0,0%) e da expectativa do mercado (0,2%). Na comparação com dezembro de 2023, o setor cresceu 2,4%. Assim, no quatro trimestre de 2024, o setor de serviços avançou 0,8% frente ao terceiro na série com ajuste sazonal.
Em dezembro, duas das cinco atividades pesquisadas avançaram e três recuaram. "Serviços prestados às famílias” e “transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios” subiram, enquanto “serviços de informação e comunicação” e “serviços profissionais, administrativos e complementares” foram os destaques negativos.
Nossa visão: os detalhes da pesquisa de serviços foram mistos. Enquanto os “serviços prestados às famílias” vieram mais fortes do que o esperado, os “serviços profissionais, administrativos e complementares” tiveram um desempenho abaixo da nossa previsão. Independentemente disso, os dados de hoje apoiam nossa visão de que a atividade econômica desacelerou no quarto trimestre de 2024.
CPI dos EUA surpreende em janeiro
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA registrou alta de 0,47% em janeiro, acelerando em relação a dezembro (0,36%) e acima das expectativas do mercado (0,3%). Com isso, a inflação acumulada em 12 meses acelerou de 2,9% em dezembro para 3,0% em janeiro.
O núcleo do indicador, que desconsidera itens mais voláteis, como alimentos e energia, também surpreendeu e acelerou. Em janeiro, a alta foi de 0,45%, enquanto a expectativa do mercado era de 0,3% e o dado de dezembro, 0,21%. O resultado foi puxado, sobretudo, pelo setor de serviços, com destaque para o segmento de transportes. Na comparação anual, o núcleo subiu de 3,2% para 3,3%.
Nossa visão: a reaceleração da inflação nos EUA neste começo de ano surpreende, traz composição ruim e reforça a postura cautelosa adotada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que vem afirmando não ter pressa para cortar os juros americanos. Com isso, a precificação do mercado deve continuar sendo de manutenção da taxa de juros na próxima reunião do comitê, em março.
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