Super!
TenisVesting: Aryna Sabalenka se tornou uma superestrela com carisma e alta performance. Nos investimentos, também é preciso ser super para atingir os melhores resultados
Por Andrea Masagão Moufarrege, Team Leader - Investment Funds Specialists
Quando uma tenista reage desta forma ao ver uma câmera apontada para si e seu recém conquistado troféu, ela mostra que é mais do que uma campeã, é uma superestrela.
Aryna Sabalenka começou o ano assim, vencendo e desfilando no Australian Open. Depois, emplacou também o título do US Open. E fechou 2024 como a número #1 do mundo pelo segundo ano consecutivo.
Nascida em 1998 na Bielorússia, ela se destacou no circuito pela primeira vez em 2018, mas só conquistou seu primeiro Grand Slam em 2023. Entre 2019, logo após a perda de seu pai, e 2022, Sabalenka passou por um período de performances inconsistentes. Ela teve dificuldade para controlar seu jogo agressivo e perdeu jogos prematuramente em torneios importantes. Mas seu amadurecimento emocional de lá para cá é perceptível e admirável.
Sabalenka não esconde suas emoções em quadra, mas sabe se recompor rapidamente para atingir a melhor performance. Seu jogo é marcado por um estilo agressivo de fundo de quadra, com saque potente e abordagem de alto risco e alto retorno. Ela simplesmente vai para cima em todas as bolas e torna seus jogos superemocionantes.
Essa característica de jogo permitiu que Sabalenka não apenas atingisse o topo do ranking mundial como voltasse a atrair a atenção de muitos fãs de tênis. Quem antes passava reto pelos jogos do circuito feminino voltou a se interessar pelas partidas dessa atleta agressiva em quadra e carismática fora dela. Além disso, se você estiver na arquibancada, pode até acabar ganhando um drink.
Com mais fãs interessados em seus jogos, Sabalenka atrai mais patrocinadores. Com mais patrocinadores, consegue mais investimento. Com mais investimento, ela tem chances de alcançar uma performance ainda melhor. Gostemos ou não, essas são as regras do jogo. E, querendo ou não, Sabalenka se tornou uma superestrela e aproveitou o que tinha à disposição para obter o melhor resultado.
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Em dezembro de 2023, a Lei 14.754 trouxe várias alterações tributárias para fundos de investimentos, notadamente a expansão do alcance da cobrança de Imposto de Renda por meio do chamado “come-cotas” semestral sobre fundos de condomínio fechado. Essa mudança impactou profundamente a organização patrimonial de grande parte dos investidores de alta renda que usavam estruturas de fundos exclusivos de condomínio fechado para investirem com benefícios de diferimento fiscal.
Em um ambiente com altas taxas de juros, esse impacto é enorme. Uma carteira de R$ 10 milhões, por exemplo, investida com direito a diferimento fiscal por 10 anos em um cenário com rendimentos anuais de 10% produz R$ 1 milhão a mais em rendimentos líquidos do que a mesma carteira, no mesmo cenário, em fundos com cobrança de 15% de IR sobre os rendimentos a cada seis meses. Mas uma leitura atenta da norma identifica uma condição permitida para a manutenção do diferimento fiscal e, assim, uma nova superoportunidade.
A Lei 14.754 prevê que fundos que mantenham no mínimo 95% de seus ativos investidos em FIPs*, FIDCs*, FIAs, FIIs, Fundos de Debêntures de Infraestrutura, Fiagro’s e ETFs (exceto de renda fixa) mantenham o regime tributário no regime “flat”, com cobrança de IR apenas no resgate e alíquota de 15%, sem a incidência de “come-cotas”. O espírito da norma protege o investimento de longo prazo que tem ciclos de altas e baixas da cobrança prematura de impostos antes da maturação do investimento.
Avançando um nível na análise dos limites de enquadramento tributário identificamos mais uma oportunidade, especialmente nos Fundos de Investimento em Ações. Os FIAs precisam manter apenas 67% da carteira em ativos de renda variável. Esse espaço de 33% cria uma oportunidade para carregamento de fundos com enquadramento tributário de renda fixa e pode ser encarado como um escudo tributário, “tax shield”, contra o “come-cotas” sobre essa parcela de investida em fundos de renda fixa.
Desde então, novas estruturas de investimento estão surgindo para aproveitar essa condição criada, preservando o direito de diferimento fiscal e beneficiando especialmente a parcela menos líquida e mais volátil da carteira de vários investidores. Não por menos, esse novo tipo de fundo foi batizado de Super FI e já é uma nova superestrela no mercado.
Assim como no caso de Sabalenka, portanto, é sempre possível encontrar novas formas de extrair a melhor performance com os recursos disponíveis. A diferença é que, nos investimentos, o resultado não vai chegar com forehands potentes de direita e muito carisma. É preciso querer ser super!
*quando enquadrados como Entidade de Investimento
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