Copom corta taxa Selic no Brasil; BC britânico eleva juros novamente
O Copom começou o ciclo de flexibilização monetária levando a taxa Selic para 13,25; na Inglaterra, juros estão agora em 5,25%
Por Itaú Private Bank

A semana foi marcada pela queda de juros no Brasil. Além de cortar a Selic em 50 pontos-base, o Copom anunciou que reduções de mesma magnitude devem acontecer nas próximas reuniões. Já na Inglaterra, o banco central promoveu mais uma elevação em sua taxa báscia.
Outro destaque foi o Payroll, nos EUA, que indicou desaceleração gradual do mercado de trabalho, em linha com o processo de aperto monetário do país.
Agora, as atenções se voltam para as leituras de inflação americana e brasileira e para a ata da decisão do Copom, a serem divulgadas na próxima semana, e que podem trazer mais pistas sobre os próximos passos dos comitês de política monetária do Brasil e dos EUA.
Confira mais detalhes:
Copom reduz a Selic em 50 pontos-base, para 13,25%
Em decisão dividida, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil cortou a Selic em 50 pontos-base para 13,25% ao ano. Apesar de uma redução de 25 pontos-base ter sido considerada, o Comitê achou apropriado iniciar o ciclo de flexibilização com corte maior, tendo em vista a melhora do quadro inflacionário, com desinflação em curso e queda nas expectativas de inflação para prazos mais longos. Além disso, a autoridade monetária sinalizou que manterá o ritmo de 50 pontos-base nas próximas reuniões. Por ora, alteramos nossa projeção de Selic de final de ano para 11,75%.
Payroll: EUA criam 187 mil vagas em julho
O Payroll indicou a criação de 187 mil vagas de emprego em julho, abaixo das expectativas (200 mil) e mantendo o ritmo do mês anterior. A taxa de desemprego recuou para 3,5%, enquanto a taxa de participação se manteve em 62,6%, ambos em linha com as expectativas. Apesar de os ganhos salariais terem vindo acima do esperado, os dados em geral apontam uma desaceleração gradual do mercado de trabalho, em linha com o processo de aperto monetário. Além disso, a leitura favorece a atual aposta do mercado, de manutenção dos juros na reunião de setembro.
BC britânico desacelera e eleva juros em 25 pontos-base
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) elevou sua taxa de juros em 25 pontos-base, para 5,25%. A decisão não foi unânime. Dois dos nove dirigentes preferiam elevar a taxa em 50 pontos-base, enquanto um membro votou pela manutenção dos juros. Também houve a sinalização de que novas altas podem ser necessárias, caso a inflação siga persistente. Além disso, o comitê sinalizou que as taxas devem seguir em nível suficientemente restritivo pelo tempo que for preciso. A projeção do mercado para a próxima reunião já se encontra próxima a uma alta de 25 pontos-base.
PIB na zona do euro cresce 0,3% no 2º trimestre
O Produto Interno Bruto (PIB) na zona do euro registrou um crescimento de 0,3% no segundo trimestre de 2023, na comparação com o trimestre anterior, quando o crescimento foi de 0,0%, e veio ligeiramente acima das expectativas do mercado (0,2%). No resultado dos países-membros, o PIB da Alemanha ficou em 0%, vindo de uma retração no primeiro trimestre. A França cresceu 0,5%, acima da leitura do período imediatamente anterior. Itália e Áustria registraram retração no PIB, enquanto o maior crescimento ficou novamente com a Irlanda, que teve uma alta de 3,3% no trimestre.
Produção industrial brasileira registra ligeiro avanço em junho
A produção industrial brasileira subiu 0,1% em junho, pouco acima da expectativa do mercado (-0,1%). Com isso, a indústria cresceu 0,4% no segundo trimestre. Frente a junho de 2022, o avanço foi de 0,3%, também acima do esperado. A ligeira expansão do mês foi concentrada em alguns segmentos. Esperamos uma relativa estabilidade nos próximos meses. Nosso tracking (estimativa de alta frequência) para o PIB no segundo trimestre de 2023 permaneceu estável em 0,3% tri/tri.
China anuncia novas medidas para estimular o consumo
Na sequência da reunião do Politburo da semana passada, o governo chinês anunciou medidas de apoio ao consumo. Entre elas, o fim das políticas de restrição para compra de automóveis e foco no aumento de veículos elétricos, estímulo à compra de eletrodomésticos e eletrônicos, além de um suporte maior para a demanda habitacional e renovação dos bairros residenciais.