IPCA-15 de fevereiro dispara e composição segue ruim

O IBGE divulgou hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de fevereiro com alta de 1,23%, atingindo o maior patamar para o mês desde 2016 e acelerando bastante em relação a janeiro (0,11%). A leitura mais forte reflete uma devolução da retração de energia elétrica residencial registrada em janeiro, por conta do bônus de Itaipú. O resultado veio abaixo da nossa projeção e da mediana das projeções do mercado, ambas de 1,36%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,0%, acima dos 4,5% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Vestuário (-0,08%) e Comunicação (-0,06%) apresentaram queda. Na outra ponta, os grupos Educação (4,78% e impacto de 0,29 p.p.) e Habitação (4,34% e 0,63 p.p.) tiveram a maior alta e o maior impacto no índice do mês, respectivamente.

Com relação às medidas de núcleo, que possuem maior relação com o ciclo econômico, os serviços subjacentes vieram em linha com o esperado, enquanto industriais subjacentes vieram levemente abaixo do esperado.

Nossa visão: o dado divulgado hoje veio abaixo das expectativas, com surpresa concentrada em passagens aéreas, indicando que houve um payback em relação à surpresa altista no mês anterior. Em relação aos núcleos, por outro lado, os serviços subjacentes vieram em linha com o esperado e seguem indicando um qualitativo ruim para a inflação. Diante disso, seguimos vendo a necessidade de o Banco Central elevar juros para tentar conter a alta dos preços.

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