O que os dados nos dizem sobre as perspectivas para os EUA 2025?

Market Update: confira os destaques da conversa com Torsten Slok, economista-chefe da Apollo Global Management

Por Itaú Private Bank

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Créditos: Itaú Private Bank

Aconteceu na terça-feira, 21, a live Market Update, que contou com a presença de Torsten Slok, sócio e economista-chefe da Apollo Global Management, e Niraj Patel, Chief Equities Strategist do Banco Itaú Internacional. A conversa abordou o cenário econômico atual complexo, em que a resiliência dos EUA contrasta com a fragilidade da economia chinesa, e as perspectivas para as taxas de juros em 2025.

Confira a seguir os destaques do bate-papo:

Economia americana e impactos no mercado

A economia americana tem mostrado resiliência e robustez, e a expectativa é que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) não realize cortes nas taxas em 2025. Torsten Slok explica que, desde que o Fed começou a aumentar as taxas em agosto de 2022, o crescimento econômico se manteve forte, impulsionado por três fatores principais: a maioria dos consumidores possui hipotecas com taxas fixas baixas, o boom de centros de dados nos EUA e políticas fiscais favoráveis, como o Chips Act e o Infrastructure Act.

Slok também abordou a sensibilidade do mercado às taxas de juros, observando que, embora o mercado imobiliário esteja desacelerando, a baixa oferta de imóveis à venda tem sustentado os preços. Segundo o especialista, as taxas podem subir para 5,5% ou 6% antes de impactar expressivamente o crescimento econômico, devido à resiliência do consumo e dos investimentos em tecnologia, especialmente em inteligência artificial (IA). A combinação de políticas fiscais e o potencial aumento de tarifas sob a administração de Donald Trump podem pressionar a inflação, o que, por sua vez, pode levar o Fed a reconsiderar sua postura em relação aos juros.

Desafios e oportunidades no cenário global

A China enfrenta desafios significativos, como uma desaceleração econômica e uma bolha imobiliária em colapso. Além disso, a diminuição da força de trabalho e as tensões comerciais com os EUA e a Europa estão contribuindo para um cenário econômico mais frágil. Essa situação pode impactar negativamente os países que dependem das exportações para a China, como o Brasil, que já sente os efeitos da desaceleração chinesa e das altas taxas de juros nos EUA. Esse cenário enfraquece o Real e restringe a recuperação econômica brasileira.

Oportunidades em renda fixa e setores específicos

Um ambiente de taxas de juros mais altas por um período prolongado pode ser uma oportunidade para investir em ativos de renda fixa, ressalta Slok. O especialista destaca a alocação em crédito privado e títulos com grau de investimento (investment grade). Setores que atendem a consumidores de alta renda, como bens de consumo discricionários, podem se beneficiar, enquanto o mercado imobiliário comercial enfrenta desafios devido à necessidade de refinanciamento em um ambiente de taxas elevadas.

Takeaways

  • Resiliência econômica dos EUA: vemos um crescimento robusto sustentado por hipotecas com taxas baixas, boom de data centers e estímulos fiscais, limitando cortes de juros pelo Fed.
  • Setores que atendem consumidores de alta renda devem se beneficiar em um ambiente de crescimento econômico.
  • Juros altos favorecem investimentos em crédito privadoe em títuloscom grau de investimento (investment grande).
  • Na China, o envelhecimento populacional, a crise imobiliária e as tensões comerciais impactam os mercados globais. A desaceleração do país asiático pode afetar negativamente economias dependentes de suas exportações, como o Brasil.
  • Divergência econômica global: a força do ciclo econômico nos EUA contrasta com a fraqueza estrutural na China, alterando dinâmicas comerciais e de investimentos.

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