Economia e mercados: decisão do Copom no centro das atenções
Copom elevou a taxa Selic e indicou o provável fim do ciclo de aperto monetário. A deterioração da relação entre EUA e China também chamou a atenção dos mercados
Por Itaú Private Bank
A visita da congressista americana, Nancy Pelosi, à Taiwan, chamou a atenção dos mercados nesta semana, pois marcou uma adicional deterioração na relação entre China e Estados Unidos e elevou o risco de conflito na região à frente. No cenário local, o grande destaque foi a decisão do Copom, que subiu a taxa Selic para 13,75% ao ano e indicou o provável fim do ciclo de aperto monetário.
Confira, abaixo, alguns fatores que impactaram os mercados nos últimos dias.
Copom eleva a taxa Selic para 13,75% ao ano
Conforme esperado pelo mercado, o Copom elevou a taxa Selic em 50 pontos-base (bps), para 13,75% ao ano. Além disso, preparou o cenário para o fim do ciclo de aperto monetário, indicando que irá avaliar a necessidade de uma alta residual de 25 bps em setembro. Por enquanto, esperamos que as autoridades mantenham os juros inalterados na próxima reunião.
Produção industrial recua em junho
A produção industrial recuou 0,4% em junho, frente a maio, interrompendo quatro meses consecutivos de expansão (período em que acumulou crescimento de 1,8%). O resultado veio ligeiramente abaixo das expectativas do mercado (-0,3%). Nossotracker(estimativa de alta frequência) para o PIB do 2T22 permanece em 1,2% tri/tri.
China responde à visita de congressista americana
Além de condenar a visita da presidente da Câmara dos Deputados americana, Nancy Pelosi, à Taiwan, e afirmar que ela afeta suas relações com os EUA, a China impôs sanções e aumentou os exercícios militares nas fronteiras com a ilha. Futuras expressões do governo dos EUA devem ter respostas mais duras, mas a probabilidade de um confronto militar no curto prazo permanece baixa.
BC britânico eleva juros e alerta sobre recessão
Como esperado pelo mercado, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) elevou a sua taxa de juros em 50 pontos-base, para 1,75%. As autoridades alertaram, ainda, que o PIB está em desaceleração e que a economia britânica deve entrar em recessão a partir do último trimestre deste ano e registrar contrações consecutivas ao longo de 2023.
EUA surpreendem com mercado de trabalho aquecido
Os EUA criaram 528 mil vagas de trabalho em julho, bem acima das expectativas do mercado (250 mil) e acelerando em relação a maio (372 mil). A taxa de desemprego teve um ligeiro recuo, de 3,6% no mês anterior para 3,5%. A leitura aponta para uma economia sólida, indo contra uma possível diminuição do ritmo de alta de juros pelo Federal Reserve.