Enquanto Fed corta juros, Copom eleva a Selic

Economia e Mercados: as decisões de política monetária ao redor do mundo vieram em linha com o esperado; enquanto o Fed cortou os juros nos EUA, o Copom elevou a taxa Selic

Por Itaú Private Bank

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Imagem ilustrativa.

A semana dos investidores foi marcada por diversas decisões de política monetária pelo mundo. Os principais destaques foram as divulgações do Copom, no Brasil, e do Fomc, nos EUA, que iniciaram movimentos contrários.

Enquanto o Fed começou seu ciclo de cortes e atualizou suas projeções para os principais indicadores econômicos, o Copom optou por voltar a elevar a taxa Selic. Os bancos centrais do Reino Unido, do Japão e da China também divulgaram suas decisões nesta semana.

Confira mais detalhes.

Fed corta juros pela primeira vez em quatro anos

O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) reduziu a taxa de juros americana em 0,5 ponto percentual, para o intervalo de 4,75% a 5,0%. A decisão (que não foi unânime, com um dos membros votando por uma redução menor) interrompeu uma sequência de oito reuniões com juros estáveis no maior patamar dos últimos 20 anos. O corte foi mais profundo do que o projetado pelo consenso dos economistas (redução de 0,25 p.p.), mas veio alinhado com a precificação do mercado. O documento indicou que o comitê está mais confiante de que a inflação caminha de maneira sustentável em direção à meta de 2%, e que os riscos envolvendo o mandato de máximo emprego e convergência da inflação à meta estão mais equilibrados.

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Projeções do comitê: revisão para baixo nos juros

A reunião do Fed também trouxe atualizações das projeções do comitê para as principais variáveis econômicas dos EUA. As autoridades revisaram para baixo as expectativas da taxa de juros, indicando mais cortes adiante do que o projetado em junho. A projeção para a taxa de juros para o final de 2024, por exemplo, indica uma redução de mais 0,5 ponto percentual ainda este ano, além de mais 1 p.p. ao longo de 2025. Sobre a inflação, houve uma revisão para baixo nas projeções do PCE e do núcleo (que desconsidera itens mais voláteis, como alimentos e energia) para 2024 e 2025. A expectativa, no entanto, segue sendo que tanto o núcleo quanto o indicador “cheio” voltem para o nível de 2% apenas em 2026.

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Powell: projeções não são um plano ou decisão antecipada

Na conferência após a reunião, Jerome Powell, presidente do Fed, justificou a decisão citando que os dados mostram que a economia cresce de forma sólida e defendeu o ritmo adotado pelo comitê até aqui. Powell destacou que agora todos os membros projetam múltiplos cortes nos juros para este ano. No entanto, afirmou que a decisão será tomada reunião a reunião e que as projeções não são um plano ou uma decisão antecipada, sem se comprometer com o ritmo de cortes adiante. Também disse que estão preparados para acelerar, desacelerar ou até pausar o ciclo de cortes, se julgarem necessário.

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Copom eleva juros em 0,25 p.p. e sinaliza que precisa de mais

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. A decisão unânime veio em linha com as expectativas. No comunicado, o comitê destacou o cenário externo desafiador, ressaltou a resiliência da atividade e do mercado de trabalho no Brasil. Também reforçou que as expectativas seguem desancoradas, e o IPCA e a inflação subjacente estão acima da meta. Com relação aos passos futuros, o comitê deixou em aberto o ritmo de ajustes e da magnitude do ciclo de altas. Acreditamos que o próximo movimento seja de uma alta de 0,5 p.p., a menos que o cenário melhore substancialmente. Por ora, esperamos que a Selic termine 2024 em 11,75% e encerre o ciclo de alta em 12%.

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Dados de atividade fracos na China em agosto

A produção industrial chinesa desacelerou para 4,5% em agosto na comparação anual, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês). O resultado veio ligeiramente abaixo das expectativas do mercado (4,7%). Os dados de investimentos em ativos fixos, vendas do varejo e, sobretudo, do setor imobiliário seguiram registrando desempenho fraco, o que adicionou um viés para baixo na nossa projeção de PIB de 4,8% em 2024. No entanto, o estímulo fiscal acelerou nos últimos meses e pode ajudar a estabilizar a atividade na margem. A meta traçada pelo governo chinês é de um crescimento de 5,0%.

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Vendas no varejo dos EUA sobem 0,1% em agosto

Nos EUA, as vendas no varejo subiram 0,1% em agosto, desacelerando frente ao número de julho, que foi revisado para cima (1,1%). O resultado veio acima das expectativas do mercado, que esperava uma contração. Já o grupo de controle, que tem maior relação com o componente de consumo do Produto Interno Bruto (PIB) americano, subiu 0,3%, conforme esperado, e desacelerando na comparação com a leitura anterior, também revisada para cima. De modo geral, a surpresa positiva reforça a resiliência do consumo, que segue em trajetória de desaceleração apenas gradual.

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Produção industrial nos EUA volta a expandir

A produção industrial americana registrou alta de 0,8% em agosto na comparação mensal, bem acima da leitura anterior, que foi revisada para baixo, e acima da expectativa do mercado, que projetava alta de 0,2% no mês. A produção manufatureira também expandiu em agosto, após revisão para baixo do dado de julho. Após uma leitura mais fraca em julho, em função de questões temporárias que afetaram a produção, como greves do setor automotivo e impactos do furacão Beryl, o setor industrial mostrou recuperação em agosto. À frente, os desafios cíclicos para a indústria continuam, e o consumo deve seguir como principal motor da atividade.

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BoE mantém juros em 5% e reforça mensagem de gradualismo

O Banco Central da Inglaterra (BoE) decidiu, por 8 votos a favor e 1 voto dissidente, manter a taxa de juros em 5,0% no país. Apenas um dos membros defendeu promover um novo corte de 0,25 ponto percentual depois que o comitê realizou, na reunião anterior, sua primeira redução nos juros desde 2020. O comunicado informa que, para a maior parte dos membros, na ausência de grandes surpresas, uma abordagem gradual adiante seria apropriada.

BoJ mantém juros em 0,25% e aguarda para tomar próximas decisões

O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) decidiu manter a taxa de juros do país em 0,25% ao ano, conforme esperado pelos mercados. O presidente do BoJ, Kazuo Ueda, afirmou que a instituição continuará a subir os juros caso a economia e os preços evoluam de acordo com as projeções, mas a recente oscilação nos mercados parece ter levado a autoridade monetária a adotar maior cautela, avaliando como a economia e os mercados irão digerir as altas promovidas recentemente.

PBoC mantém juros inalterados

O Banco do Povo da China (PBoC, o banco central do país) manteve as principais taxas de juros inalteradas. A taxa de juros de referência para empréstimos (LPR, na sigla em inglês) de 1 ano foi mantida em 3,35%, enquanto a de taxa de 5 anos permaneceu em 3,85%. A decisão já era esperada pelo mercado. Na nossa visão, diante dos dados de atividade mais fracos, a autoridade monetária chinesa poderia começar a cortar a taxa de compulsório bancário (RRR, na sigla em inglês), provavelmente em outubro, antes de começar a mexer nas demais taxas de juros.

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