Inflação surpreende para baixo nos EUA e Fed mantém os juros

Economia e Mercados: nos EUA, os resultados dos Índices de Preços ao Consumidor e ao Produtor indicaram uma leitura benigna da inflação; enquanto isso, as taxas de juros seguiram inalteradas

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images/Itaú Private Bank

Com a agenda de divulgações econômicas cheia, os destaques da semana foram os resultados de inflação no Brasil e nos EUA. Enquanto o IPCA avançou dentro do esperado, nos EUA, os resultados de inflação ao consumidor e ao produtor surpreenderam para baixo.

A decisão de política monetária pelo Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (FOMC, na sigla em inglês) também ficou no centro das atenções. As taxas foram mantidas inalteradas, mas as projeções para os juros foram revisadas para cima, indicando apenas um corte neste ano.

Além disso, divulgamos nossas revisões para o cenário macroeconômico global e local para o mês de junho.

Confira mais detalhes:

Núcleo da inflação surpreende para baixo nos EUA

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos ficou estável, variando 0,01% em maio, abaixo do projetado pelo mercado (0,1%), após alta de 0,31% em abril. Em 12 meses, a inflação desacelerou de 3,4% para 3,3%. O núcleo do indicador, que desconsidera as contribuições mais voláteis, ficou em 0,16%, abaixo da leitura de abril (0,29%) e do esperado (0,3%). Na comparação interanual, o núcleo também desacelerou, para 3,4%. Ainda assim, a divulgação não deve ser suficiente para oferecer ao Fed a confiança necessária para início do ciclo de corte de juros.

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Fed mantém juros; projeções indicam menos cortes este ano

O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (FOMC, na sigla em inglês) manteve inalterada a taxa de juros americana pela sétima reunião consecutiva, em linha com o esperado. As autoridades revisaram novamente para cima as expectativas para a taxa de juros e da medida de núcleo da inflação para 2024 e 2025, indicando apenas um corte para este ano (comparado a três cortes na projeção de março). Também houve revisão para cima na taxa de longo prazo, potencialmente refletindo a expectativa de um juro neutro mais alto.

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Powell destaca leitura positiva da inflação medida pelo CPI

Na conferência após a reunião, Jerome Powell, presidente do Fed, destacou que a leitura de inflação de maio foi positiva, após uma pausa nesse progresso nos últimos meses. Porém, reforçou que ainda é preciso mais dados para ter a convicção de que essa tendência mais benigna de desinflação continua, o que daria ao comitê a confiança necessária para iniciar o corte nos juros. Afirmou também que a política monetária está restritiva, que a possibilidade de novas altas não foi eliminada, mas que atualmente não representa o cenário base de nenhum membro do comitê.

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Inflação ao produtor nos EUA recua em maio

O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) nos EUA recuou 0,2% em maio, abaixo do registrado em abril (0,5%). Na comparação anual, o indicador avançou 2,2%. Excluindo alimentos e energia, o indicador registrou estabilidade na base mensal e desacelerou ligeiramente na comparação anual. As leituras vieram abaixo do esperado, assim como o registrado no Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de maio, o que indica uma leitura mais benigna da inflação, apoiando a visão de espaço para corte de juros em direção ao fim do ano.

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IPCA sobe 0,46% em maio

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio acelerou para 0,46% no mês, em linha com a nossa projeção e acima da expectativa do mercado (0,42%). A taxa acumulada em 12 meses ficou em 3,93%, acima dos 3,69% observados no período imediatamente anterior. A leitura mostrou uma abertura um pouco pior, com serviços subjacentes voltando a acelerar. Em particular, os serviços ligados a mão-de-obra não tiveram melhora na margem. Esse grupo deve continuar pressionado ao longo do ano, refletindo um mercado de trabalho apertado.

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Varejo brasileiro surpreende negativamente

Em abril, as vendas no varejo ampliado caíram 1,0% na comparação mensal. O varejo restrito (que desconsidera veículos, motos, partes e peças, além de material de construção), por sua vez, avançou 0,9%. Dos 10 setores analisados, 7 cresceram e 2 recuaram na margem. O destaque positivo ficou para hiper e supermercados, enquanto tecidos, vestuários e calçados tiveram a maior contração. De maneira geral, as vendas no varejo vieram mais fracas do que o esperado, corroborando com a nossa visão de alguma moderação na atividade econômica no 2º trimestre do ano.

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Serviços sobem 0,5% em abril no Brasil

O volume de serviços do Brasil apresentou um crescimento mensal de 0,5% em abril, um pouco acima da nossa projeção (0,4%) e da expectativa do mercado (0,2%). Na comparação anual, a alta do setor foi de 5,6%. Apesar da variação mensal positiva dos serviços, vale destacar a queda dos serviços profissionais e dos serviços prestados às famílias, que têm maior peso no PIB e, portanto, indica alguma moderação da atividade econômica no 2º trimestre.

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Inflação continua baixa na China

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China subiu 0,3% em maio, na comparação anual, relativamente em linha com as expectativas. O núcleo do CPI (que exclui os itens mais voláteis) avançou 0,7% na mesma comparação. Já o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) seguiu mostrando deflação (de -1,4% em termos anuais). Em suma, a leitura veio em linha com as expectativas, registrando uma queda menos acentuada do que no mês anterior.

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Revisão de Cenário – Brasil: Flexibilização abortada

Em meio às expectativas de inflação crescentes, atividade econômica resiliente e incertezas doméstica e externa, entendemos que não há mais espaço para cortes de juros. Portanto, revisamos nossas projeções para a taxa Selic, de 10,25% para 10,50%, ao final de 2024 e 2025. Seguimos com a projeção de IPCA em 3,8% em 2024, com risco de alta em alimentação (devido ao atraso na devolução dos choques de in natura e enchentes no Sul) e serviços (mercado de trabalho apertado). Para 2025, a estimativa segue em 3,7%, também com risco de alta.

Confira o relatório na íntegra.

Revisão de Cenário – Global: cautela para corte de juros

Nos EUA, atividade e inflação desaceleraram, mas os patamares ainda elevados não justificam um corte de juros muito antes do fim do ano. Assim, continuamos esperando apenas um corte em dezembro desse ano. Para Europa, revisamos nossas projeções de crescimento para cima, para 0,7% em 2024 e 1,0% em 2025, em meio a dados mais fortes. O BCE iniciou o ciclo de corte de juros e sinalizou cautela. Esperamos mais dois cortes em 2024 e quatro em 2025. Quanto à China, esperamos crescimento de 5,0% em 2024 sustentado por manufatura e exportações.

Confira o relatório na íntegra.

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