Inflação surpreende no Brasil e nos EUA; Real registra uma semana de alívio

Economia e Mercados: em junho, o IPCA apresentou alta abaixo da leitura anterior, enquanto o CPI registrou deflação; ainda nesta semana, o Real registrou leve valorização

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images/Itaú Private Bank

Enquanto o Real registrou uma semana de alívio após semanas marcadas por alta volatilidade, o fiscal segue no centro das atenções. Diante da piora dos fundamentos domésticos e da desinflação gradual no ambiente internacional, publicamos nossas revisões de cenário macroeconômico.

Na frente de indicadores econômicos, as atenções dos investidores ficaram concentradas nas divulgações de inflação medidas pelo IPCA no Brasil e pelo CPI nos EUA. Ambas vieram abaixo das expectativas.

A seguir, confira mais detalhes.

Real registra semana de alívio e fiscal segue em foco

Após semanas marcadas por volatilidade nos mercados locais, o Real se valorizou levemente nos últimos dias. O alívio nos preços de ativos locais começou no meio da semana passada, após o ministro da Fazenda reforçar o compromisso do governo com o arcabouço fiscal, mas ainda há um grau significativo de incerteza em relação a iniciativas de controle de gastos mais estruturais e, mais urgentemente, sobre qual será o tamanho dos cortes de contingência em 2024, a serem anunciados em 22 de julho.

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IPCA sobe 0,21% em junho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho teve alta de 0,21%, abaixo das expectativas do mercado e da leitura anterior. A taxa acumulada em 12 meses ficou em 4,23%, ante 3,93% nos 12 meses imediatamente anteriores. As medidas de núcleo, que apresentam maior relação com o ciclo econômico, têm mostrado comportamento benigno, com destaque para a desaceleração em serviços subjacentes. Adiante, esperamos alguma reaceleração dos serviços refletindo a conjuntura de mercado de trabalho apertado, bem como aceleração de industriais em meio ao câmbio mais depreciado.

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Serviços ficaram estáveis em maio

Em maio, a receita real do setor de serviços ficou estável (0,0%) na comparação mensal e acima das expectativas. Na base anual, houve crescimento de 0,8%. A leitura estável teve três das cinco atividades pesquisadas mostrando taxas negativas, com destaque negativo para os transportes. Em contrapartida, os serviços prestados às famílias registraram o maior avanço no mês, recuperando integralmente a perda observada no mês anterior, movimento possivelmente explicado por shows e eventos de grande magnitude.

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Vendas no varejo avançam em maio

As vendas no comércio varejista ampliado subiram 0,8% em maio em relação ao mês anterior, superando as projeções do mercado de uma retração. Na base anual, a alta foi de 5,0%. Já no conceito restrito (que desconsidera veículos, motos, partes e peças, além de material de construção), as vendas avançaram 1,2% no mês e 8,1% no ano. Em geral, a leitura confirma que a atividade segue forte, indicando que, até o momento, a tragédia no Sul do país não afetou as perspectivas de crescimento do PIB agregado no ano.

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Avanços na reforma tributária

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 68). A proposta detalha o novo sistema de IVA, na sequência da aprovação da reforma tributária no ano passado. Durante as discussões, os parlamentares incluíram carnes e proteínas animais na cesta básica, que contém itens que ficarão isentos do IVA. Além disso, a Câmara determinou que a alíquota base do IVA não pode ultrapassar 26,5% após 2033 – se isso acontecer, o governo deverá apresentar um plano para a reduzir. Agora, a proposta seguirá para o Senado.

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Cenário Brasil: No Limite

Com a forte alta dos gastos e a agenda de receitas próxima ao limite de crescimento, a percepção de risco fiscal piorou. Por ora, mantivemos nossas projeções de déficit primário em 0,6% do PIB em 2024 e 0,9% do PIB em 2025. Dada a piora dos fundamentos domésticos, revisamos para cima as projeções da taxa de câmbio para R$ 5,30 por dólar em 2024 e R$ 5,40 por dólar em 2025. Revisamos para cima também as projeções de inflação para 4,0% em 2024 e 2025. Mantivemos inalteradas as projeções do PIB para 2024 e 2025. Além disso, seguimos projetando a taxa Selic estável em 10,50% a.a. até o fim de 2025.

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Cenário – Global: Desinflação gradual permite ciclo de corte de juros com cautela

Nos EUA, a atividade em desaceleração gradual e inflação mais fraca permitem o início de corte de juros, que deve começar em setembro (ante dezembro em nosso cenário anterior). Na Europa, sem mudanças no cenário, esperamos um PIB de 0,7% em 2024 e mais dois cortes de juros no ano. Na China, seguimos com a projeção de crescimento de 5,0% em 2024, mas desafios estruturais permanecem. Por fim, para a América Latina, baixamos nossas projeções de crescimento em vários países.

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EUA: Inflação surpreende para baixo em junho

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA registrou deflação de 0,1% em junho, surpreendendo o mercado, que projetava uma alta. Em 12 meses, a inflação está em 3,0%, abaixo da leitura anterior e do esperado. O núcleo do indicador (0,1%), que desconsidera os itens mais voláteis, também veio abaixo do esperado e da leitura anterior. Tanto o núcleo de serviços quanto o de bens contribuíram para a leitura mais benigna, que reforça o cenário de desinflação gradual e mantém a porta aberta para cortes nos juros no segundo semestre.

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Manutenção do cenário de inflação baixa na China

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China registrou alta de 0,2% em junho, na comparação anual, abaixo do esperado pelo mercado e praticamente mantendo o ritmo da leitura anterior. O núcleo do indicador (que exclui os itens mais voláteis, como alimentação e energia) seguiu estável em 0,6%. Já o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) seguiu registrando deflação (-0,8%) em termos anuais, em linha com a expectativa do mercado, mas mostrando queda menos intensa do que a leitura anterior. A leitura reforça o cenário de inflação baixa, que deve persistir ao longo do segundo semestre do ano.

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