PIB brasileiro confirma um começo de ano forte
Economia e Mercados: resultado do PIB brasileiro foi impulsionado pelo aumento na renda combinado com a queda nas taxas de juros
Por Itaú Private Bank
O destaque da semana na agenda dos investidores foi a divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil do primeiro trimestre de 2024. A leitura divulgada pelo IBGE demonstrou crescimento ligeiramente acima do esperado.
Nos EUA, as atenções se voltaram para o relatório de folha de pagamentos do Departamento do Trabalho dos EUA. O Payroll indicou aceleração na criação de vagas na comparação com a leitura de abril, que foi revisada para baixo.
Confira mais detalhes:
PIB brasileiro cresce 0,8% no primeiro trimestre
No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE, e 2,5% na base anual. A leitura veio ligeiramente acima das expectativas. Pela ótica da oferta, os setores de serviços e agricultura se destacaram positivamente. Já pela demanda, os destaques positivos ficaram com o consumo das famílias e com investimentos. O aumento na renda combinado com a queda nas taxas de juros contribuiu para o forte crescimento do PIB. Nossa projeção para o PIB de 2024 está em 2,3%, mas ainda não incorporamos os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, o que coloca um viés de baixa na projeção para o 2T24.
Produção industrial brasileira recua 0,5% em abril
A produção nacional registrou uma queda de 0,5% no mês, interrompendo dois meses consecutivos de alta. O recuo foi menos intenso do que esperávamos, enquanto o mercado projetava uma queda de 0,4%. Frente a abril de 2023, a indústria avançou 8,4%. A queda da produção foi impulsionada pelo setor extrativo. Enquanto isso, a indústria de transformação, mais importante para o tracking do PIB, ficou acima das expectativas. Mesmo assim, esperamos alguma moderação no crescimento do PIB no segundo trimestre.
Payroll: criação de vagas surpreende e acelera nos EUA
O Payroll, relatório de folha de pagamentos do Departamento do Trabalho dos EUA, indicou a criação de 272 mil vagas em maio, acelerando na comparação com abril (leitura que foi revisada para baixo, para 165 mil). A taxa de desemprego subiu mais que o esperado, para 4,0%. Os ganhos salariais por hora trabalhada aceleraram tanto na base mensal quanto na anual. A leitura acima do esperado deve diminuir a confiança do Federal Reserve e do mercado na recente narrativa de desaceleração da atividade, empurrando para frente as expectativas pelo início do ciclo de corte nos juros.
Setor de serviços dos EUA registra crescimento mais forte em nove meses
O índice do Instituto de Gerência de Oferta (ISM, em inglês) de serviços dos Estados Unidos avançou para 53,8 pontos em maio, superando as expectativas do mercado e registrando a maior alta desde o início do ano passado. Vale lembrar que leituras acima de 50 indicam expansão do setor. O resultado foi impulsionado pela atividade empresarial, que registrou o maior ganho mensal desde 2021. O indicador reforça o cenário de economia ainda forte, após uma recente onda de dados mais fracos.
Banco Central Europeu corta juros em 25 pontos-base
O Banco Central Europeu anunciou o primeiro corte nos juros após as taxas serem mantidas inalteradas por nove meses, em linha com as expectativas do mercado. O comunicado destacou a melhora significativa dos indicadores de inflação, mas reforçou que as pressões sobre os preços permanecem fortes, dado o aumento dos salários. Houve uma revisão para cima das projeções dos indicadores de inflação para 2024 e 2025, com a previsão de que o índice volte para a meta de 2% apenas em 2026. A medida reforça que, apesar da redução nos juros, o comitê mantém uma visão cautelosa quanto à desinflação esperada adiante.
Eleição começa no Parlamento Europeu
As eleições no Parlamento Europeu começaram nesta quinta-feira, 6, e seguem até 9 de junho. As votações ocorrem nos 27 países do bloco e elegem 720 membros para o órgão. As pesquisas de intenção de voto apontam para uma composição majoritariamente de centro, mas menos robusta do que das eleições de 2019. Embora partidos de extrema direita possam ganhar espaço, a manutenção da maioria de centro sugere continuidade das principais pautas políticas do bloco econômico.
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