PIB cresce 2,9% em 2022, mas com queda no quarto trimestre
O Produto Interno Bruto do Brasil contraiu 0,2% na variação trimestral, enquanto a taxa média de desemprego atingiu o menor patamar desde 2015
Por Itaú Private Bank
Como era esperado, o PIB do quatro trimestre do Brasil mostrou que a economia está desacelerando devido aos efeitos defasados da política monetária contracionista. Já a taxa média de desemprego encerrou 2022 no menor patamar desde 2015.
Na China, os indicadores de atividade apontaram para uma normalização acelerada da atividade no país, após o fim da política de zero-Covid, enquanto na zona do euro a trajetória de inflação reforçou a manutenção de um tom mais duro por parte do Banco Central Europeu.
Confira, abaixo, mais detalhes dos fatores que impactaram os mercados nos últimos dias.
Taxa média de desemprego recua para 9,3% em 2022
A taxa de desemprego encerrou 2022 em 7,9%, ligeiramente abaixo das expectativas. A taxa média em 2022 ficou em 9,3%, menor patamar desde 2015, mostrando recuperação após o impacto da pandemia. Com ajuste sazonal, a taxa permaneceu estável em 8,5% em dezembro. O emprego deve ficar relativamente estável em 2023 devido ao ritmo de crescimento econômico mais ameno (principalmente a partir do segundo trimestre do ano).
PIB do Brasil cresceu 2,9% em 2022
O PIB do Brasil retraiu 0,2% no quarto trimestre de 2022, comparado com o trimestre anterior, em linha com as expectativas, devido à deterioração do mercado de trabalho e ao efeito defasado da política monetária contracionista. No ano, o PIB acumulou alta de 2,9%, após crescer 5,0% em 2021. Nossa expectativa é que o crescimento continue a desacelerar à frente, ainda que os dados apontem para um desempenho econômico mais favorável no curto prazo.
Inflação da zona do euro recua para 8,5% em fevereiro
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro avançou 0,8% em fevereiro. Na comparação anual, a alta foi de 8,5%, acima das projeções. O núcleo do CPI, que exclui as pressões de energia e alimentos, acelerou para 5,6%, renovando o recorde histórico. Ainda que o indicador cheio tenha cedido pela quarta leitura consecutiva, a leitura deve implicar em revisão altista das expectativas para a trajetória dos juros na região.
Atividade manufatureira surpreende na China
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de manufatura da China divulgado pelo governo avançou em fevereiro para 52,6, acima das expectativas. O PMI não-manufatura também surpreendeu ao subir para 56,3. As leituras apontam para uma normalização acelerada e sugerem que a recuperação não veio concentrada só em áreas sensíveis à Covid, como o de serviços, mas também nos setores industrial, de construção e de exportação.
Indicador de atividade do setor de serviços avança na China
O PMI de serviços da China divulgado pela Caixin/Markit subiu em fevereiro para 55. O resultado veio ligeiramente acima das expectativas do mercado (54,7) e em linha com o PMI divulgado pelo governo. As leituras divulgadas sugerem que o setor continuou acelerando, em meio à normalização da mobilidade e liberação da demanda reprimida. À frente, a atividade deve continuar se beneficiando da recuperação da economia.
Destaques da próxima semana 📅
No Brasil, o IBGE divulga o IPCA de fevereiro na sexta-feira. O mercado também permanecerá atento à possível nomeação de um novo diretor de política monetária para o Banco Central. Nos Estados Unidos, teremos dados do mercado de trabalho, com destaque para a criação de vagas de emprego em fevereiro (Payroll). Na China, além de dados de inflação, o governo define a meta do PIB de 2023.