Política monetária brasileira e americana em foco

Economia e Mercados: enquanto mercado de trabalho americano segue resiliente, Fed sinaliza que não deve cortar juros na reunião de março; no Brasil, mensagem do Copom seguiu inalterada

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images/Itaú Private Bank

A semana foi marcada pelas decisões de política monetária do Brasil e dos EUA. No Brasil, a mensagem das autoridades seguiu inalterada após mais um corte de 50 pontos-base na taxa Selic.

Já nos EUA, Jerome Powell, presidente do Fed, surpreendeu ao sinalizar ser pouco provável que o banco central inicie o processo de corte da taxa de juros americana em março, argumentando que é preciso uma manutenção dos dados positivos nas próximas leituras para obter maior confiança.

Confira mais detalhes a seguir.

Copom: nova composição, decisão e mensagem inalteradas

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu novamente a taxa Selic em 50 pontos-base para 11,25% ao ano, em decisão unânime, mesmo com mudança na composição da diretoria. De maneira geral, o comunicado trouxe poucas alterações com relação ao que foi divulgado na decisão de dezembro. Seguimos esperando que a taxa Selic termine o ano em 9,00% a.a., e saberemos mais sobre as perspectivas e plano de voo das autoridades com a divulgação da ata da reunião, na próxima terça-feira, 6 de fevereiro.

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Produção industrial brasileira surpreende em dezembro

A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de dezembro apontou uma alta mensal de 1,1% na produção nacional, bem acima do esperado pelo mercado (0,3%). Frente a dezembro de 2022, a alta foi de 1,0%. A leitura surpreendeu positivamente em dezembro. No quarto trimestre, a expansão foi de 1,2% tri/tri. Com isso, o nosso tracking para o PIB do 4T subiu para -0,1% t/t (+1,9% a/a). Olhando à frente, esperamos uma continuidade desta tendência de alta da indústria, puxada pelo setor extrativista.

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Fed mantém juros pela quarta vez consecutiva

O Federal Reserve (banco central americano) manteve a taxa de juros americana no intervalo de 5,25% a 5,50% pela quarta vez consecutiva, em linha com as expectativas. O comitê considera que o balanço de riscos está mais equilibrado, mas reforçou que permanece atento aos riscos de inflação. Destacou também que, antes de fazer qualquer ajuste, irá avaliar cuidadosamente os dados. E que não espera que seja apropriado reduzir os juros até que tenha maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta de 2%.

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Powell: é preciso mais confiança para cortar os juros

Na coletiva de imprensa, Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou não acreditar ser provável que o comitê atinja até março o nível de confiança necessário para iniciar o ciclo de cortes nos juros. Powell mencionou que a inflação desacelerou notavelmente, mas que precisam observar mais evidências da continuidade desse processo. Quando perguntado sobre a possibilidade de ajustes ao processo de redução do balanço, Powell afirmou que houve alguma discussão sobre o tema neste encontro, e que o comitê planeja abordar com maior profundidade na próxima reunião, em março.

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Payroll: criação de vagas acelera nos EUA

O Payroll indicou a criação de 353 mil vagas em janeiro, acima do resultado de dezembro (revisado de 216 mil para 333 mil) e da projeção de mercado (de 185 mil). A taxa de desemprego seguiu em 3,7%, enquanto a expectativa era de 3,8%. Já a taxa de participação ficou em 62,5%, em linha com o esperado. Os ganhos salariais por hora trabalhada subiram mais do que o projetado (0,6% m/m e 4,5% a/a). A leitura corrobora a estratégia sinalizada pelo Fed de manutenção dos juros no patamar atual por mais tempo, reduzindo a probabilidade de um corte em março.

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BC britânico mantém juros inalterados

Conforme esperado, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve suas taxas de juros (em 5,25%) pela terceira reunião consecutiva. A decisão não foi unânime. Dos nove membros, dois votaram a favor de uma alta de 25 pontos-base e um foi a favor de um corte nos juros. O comitê destacou que o balanço de riscos para a inflação está mais equilibrado, mas os principais indicadores de inflação permanecem elevados. Diante disso, a política monetária deve seguir restritiva por tempo o suficiente para que a inflação volte à meta de 2% de forma sustentável no médio prazo.

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PIB da Zona do Euro fica estável no quarto trimestre

O PIB da Zona do Euro ficou estável no quarto trimestre de 2023, em relação ao trimestre anterior. A leitura foi melhor do que o esperado pelo mercado, que esperava a manutenção do ritmo do 3T23, quando o indicador contraiu 0,1%. Em 2023, o crescimento do PIB na região foi de 0,5%. Com isso, o bloco evitou entrar em recessão técnica (definida por duas leituras negativas de crescimento trimestral), mas o quadro de atividade fraca continua.

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Inflação da zona do euro avança mais do que o esperado

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro avançou 2,8% em janeiro, desacelerando em relação a dezembro (2,9%) e um pouco acima do esperado (2,7%). O núcleo do indicador, que exclui itens mais voláteis, ficou em 3,3%, também desacelerando (3,4%), mas levemente acima das projeções (3,2%). A leitura mostra uma inflação de serviços persistente, o que corrobora o cenário de uma desinflação mais gradual adiante e oferece argumento para um corte mais tardio nos juros, frente às expectativas por um corte na reunião de abril.

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