Entenda o que é Renda variável e como investir

Por Itaú

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Homem pesquisando o que é renda variável em seu notebook

Quem quer diversificar a carteira de investimento costuma considerar a ideia de aplicar em renda variável. No entanto, nem todo mundo entende exatamente que tipo de investimento é esse e como ele funciona. Para esclarecer, reunimos repostas para as principais dúvidas sobre o assunto. Confira o que é renda variável, para quem ela pode ser interessante, como você pode investir (se for o caso), quais são seus principais riscos e como declarar no IR.

O que é renda variável?

A renda variável é um tipo de investimento que não tem retorno garantido. Diferentemente da renda fixa, em que é possível estimar quanto seu dinheiro vai render por ano, por exemplo, na renda variável não existe retorno certo.

Ações, por exemplo, são um tipo de renda variável que pode oferecer muito lucro aos investidores. Porém, também pode gerar prejuízo. Isso acontece justamente porque não existe previsibilidade. Pode ser que determinada ação hoje seja considerada um bom investimento porque os analistas acreditam na sua valorização. Mas ninguém pode garantir que isso vai acontecer.

A evolução da renda variável depende de inúmeros fatores, incluindo situação política e econômica do Brasil e do mundo, desempenho das empresas, taxa de juros, câmbio e perspectivas do mercado nacional e internacional.

Quais as diferenças entre renda fixa e renda variável?

A principal diferença entre renda fixa e renda variável é que a renda fixa é previsível. Isso porque quando você aplica em renda fixa está emprestando dinheiro para uma instituição financeira, uma empresa ou diretamente para o país.

Em troca, quem toma o empréstimo se compromete a devolver o seu dinheiro com uma porcentagem de ganho, que pode estar relacionada à variação da inflação, à taxa básica de juros ou a uma taxa já determinada no momento da aplicação.

Com isso, quando você aplica seu dinheiro em um CDB ou título do Tesouro Direto, que são alguns dos investimentos de renda fixa, sabe que vai receber seu dinheiro de volta com um acréscimo, que representa a renda fixa da aplicação. Essa taxa pode estar relacionada à Selic, que é a taxa básica de juros da economia, ou ao IPCA, que é um índice de inflação.

Em renda variável, por outro lado, você investe sem garantias. No longo prazo, seu rendimento pode ser muito superior ao da renda fixa. Porém, também pode ser negativo e gerar prejuízo. É um risco.

Quais os tipos de renda variável?

Geralmente, quando falamos em renda variável logo pensamos em ações. Porém, elas não são a única alternativa desse grupo de investimentos. Confira a seguir as principais informações sobre cada tipo de aplicação em renda variável.

Ações

Ações são pequenas partes de empresas que investidores podem comprar na bolsa de valores (B3). Isso significa que quando compra uma ação você se torna um acionista daquela empresa.

Quem tem ações pode ter direito a receber parte do lucro da empresa, que é distribuído como dividendos. Algumas ações (chamadas ordinárias) também dão ao acionista o direito a votar nas assembleias. A rentabilidade das ações é calculada de acordo com a sua valorização (ou desvalorização) e a distribuição de dividendos que ela distribui ao longo do tempo. Vale saber que nem todas as empresas distribuem dividendos.

Apenas para você ter uma ideia, vamos imaginar que tenha comprado uma ação por R$ 20 há um ano, recebido R$ 0,50 em dividendos nesse período e que agora a ação esteja valendo R$ 21,50. Em um ano, ela rendeu R$ 2. Portanto, você teve retorno de 10% sobre o investimento.

Fundos de investimentos

Fundos de investimentos são um tipo de aplicação em um gestor profissional investe os recursos em uma carteira diversificada de investimentos, que podem incluir ações, câmbio, títulos, entre outros. A administração do fundo também fica por conta do gestor profissional.

Quando você aplica em fundos de investimento, está comprando cotas. E a rentabilidade que você obtém é proporcional à quantidade de cotas que você tem. Por exemplo, se você investiu R$ 1 mil em um fundo que tinha cotas a R$ 10 no momento da aplicação, você comprou 100 cotas. E se um ano depois cada cota estiver valendo R$ 12, isso significa que você obteve retorno de 20% sobre o investimento inicial. Com isso, os R$ 1 mil investidores se tornaram R$ 1,2 mil.

ETFs

ETF é uma sigla para o termo inglês Exchange Traded Fund. Em português, também é chamado de Fundo de Índice. Na prática, ETFs são fundos negociados em bolsa que replicam o desempenho de determinados índices.

Há ETFs que replicam índices de ações, como Ibovespa, Nasdaq, S&P500, Small Cap. Outros replicam índices de criptomoedas, que medem o desempenho de Bitcoin (NQBTC) e Ethereum (NQETH), por exemplo. Há ainda ETFs atrelados a índices de commodities e de renda fixa. Quando você investe em ETFs também está comprando cotas desses fundos.

BDRs

BDRs são a sigla para Brazilian Depositary Receipt. Na prática, investir em BDRs é uma maneira de ter acesso a ações de empresas estrangeiras pela B3, que é a bolsa de valores do Brasil, sem precisar abrir conta em corretoras de outro país.

Porém, é interessante saber que BDRs não exatamente ações. Eles são certificados que representam ações de empresas emitidas no exterior. Esses certificados (também chamados “recibos”) seguem a valorização (ou a desvalorização) das ações internacionais.

Contratos futuros

Contratos futuros são a negociação (compra ou venda) de um ativo que vai ser liquidado em uma data futura já com preço pré-estabelecido. Em geral, os ativos desses contratos são ações, commodities, índices, juros e moedas. A rentabilidade desse tipo de investimento está relacionada à diferença entre o preço que foi combinado no contrato e o preço do ativo na data de vencimento.

Como lidar com a oscilação em investimentos em renda variável?

Não é todo investidor que consegue lidar bem com a oscilação dos investimentos de renda variável. Isso porque pode acontecer de você ter hoje R$ 4 mil investidos e amanhã esses mesmos R$ 4 mil virarem R$ 1,2 mil (é apenas um exemplo).

A recomendação, de forma geral, é investir em renda variável pensando no longo prazo e apenas depois de ter uma reserva de emergência aplicada em renda fixa. Dessa forma, você reduz a possibilidade de perder dinheiro por ter de resgatar o investimento em um momento de baixa no mercado.

Como declarar os investimentos de renda variável no Imposto de Renda?

Antes de começar a preencher a declaração, a dica é organizar esses documentos relacionados aos ativos de renda variável:

  • Notas de corretagem das operações realizadas em 2024;
  • DARFs pagos;
  • Cálculos mensais de lucro ou prejuízo divididos por tipo de operação;
  • Informes de rendimentos fornecidos pelas corretoras;
  • Informativos de rendimentos das empresas em que você investe.

Com tudo isso pronto, a declaração de investimentos de renda variável no Imposto de Renda deve ser preenchida da seguinte forma.

  1. Na ficha “Bens e Direitos” você precisa incluir todos os ativos que estavam na sua carteira em 31 de dezembro de 2024, independentemente da data de compra de cada um. É importante incluir os códigos corretos para cada tipo de investimento.
  2. Se você obteve rendimentos e lucros com vendas acima de R$ 20 mil por mês também precisa declarar essas informações na ficha “Renda Variável – Operações Comuns/Day Trade”.
  3. Se obteve rendimentos isentos de IR (como dividendos e vendas de ações com valor total de até R$ 20 mil por mês), precisa preencher os dados em “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”.
  4. Se recebeu Juros Sobre Capital Próprio (JCP), que são tributáveis, precisa declarar as informações na ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”.
  5. Além disso, a venda de ativos (com lucro ou prejuízo) deve ser informada mês a mês, com os valores de impostos pagos via DARF.

Qualquer um pode investir em renda variável?

Teoricamente, qualquer pessoa pode investir em renda variável. Na prática, a recomendação é que apenas pessoas que já tenham conhecimento do mercado financeiro e uma boa reserva de emergência (em renda fixa) comecem a aplicar em renda variável.

Além disso, também é importante conhecer o seu perfil de investidor para saber qual é a sua tolerância a riscos. Algumas pessoas lidam bem com as oscilações do mercado. Outras, por outro lado, podem ficar muito ansiosas, mesmo quando já têm uma reserva de dinheiro garantida. Por isso, antes de investir, converse com um profissional do Itaú para entender todas essas questões e saber mais sobre cada alternativa de investimento.

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